El poeta brasileño Ferreira Gullar en un apartamento de Buenos Aires. Era 1975 y se encontraba exiliado y perdido. En la estantería de la sala hay algunos libros, un teléfono, un tocadiscos y en aquel espacio hostil y frío, desesperado decide escribir "Poema sujo" un torrente de palabras y de imágenes poéticas que tal vez podría llegar a ser su testamento literario.
En la vitrola está el disco de Heitor Vilalobos, "Bachiana Brasileira Nº 2" esperando a que el poeta escriba la letra del "Trenzinho Caipira".
Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar no ar no ar no ar no ar
Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar no ar no ar
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